Cientistas britânicos que monitoram os sintomas da nova doença respiratória causada por coronavírus, COVID-19, dizem que a perda do olfato e a incapacidade de provar alimentos devem ser adicionadas à lista de indicadores bem conhecidos de infecção, que incluem alta temperatura, dor de garganta e tosse seca persistente.


Imagem ilustrativa internet.

Os cientistas fizeram a descoberta depois de analisar os dados coletados por meio de um aplicativo, chamado Covid Symptom Tracker, desenvolvido para ajudar a monitorar a pandemia.

Os pesquisadores do King's College London disseram que cerca de 60% das pessoas que foram posteriormente confirmadas como tendo COVID-19 relataram uma perda de olfato e paladar entre seus sintomas.

As informações foram coletadas das interações entre 1,8 milhão de usuários e o aplicativo entre 24 e 31 de março.

Desses, a maioria não relatou sintomas, mas cerca de 400.000 relataram ter sintomas comumente associados à doença. Daqueles com pelo menos um sintoma, 1.702 foram testados para COVID-19. Alguns 579 deles tiveram resultado positivo e 1.123 tiveram resultado negativo e não apresentaram a doença.

A equipe analisou as informações colhidas no aplicativo e desenvolveu um modelo matemático capaz de concluir quais sintomas em combinação eram os melhores em prever quem posteriormente testaria positivo para a doença.

A cesta total de sintomas incluía febre, tosse persistente, fadiga, diarréia, dor abdominal, perda de apetite e perda de olfato e paladar.

"Quando combinadas com outros sintomas, as pessoas com perda de olfato e paladar parecem ter três vezes mais chances de contrair COVID-19 de acordo com nossos dados e, portanto, devem se auto-isolar por sete dias para reduzir a propagação da doença". Tim Spector, professor do King's College que liderou o estudo, disse à agência de notícias Reuters.

A equipe de Spector acredita que cerca de 13% dos usuários de aplicativos teriam um resultado positivo para o COVID-19 se fizessem o teste.

No entanto, a equipe alertou que a perda de olfato e paladar também pode ser um indicador de outras infecções respiratórias, como um resfriado comum, para que nem todos com esses sintomas tenham o COVID-19.

Eles disseram que febre alta e tosse persistente continuam sendo os indicadores mais importantes de uma infecção, e a perda de olfato e paladar só deve ser observada se estiverem combinados com outros sintomas.

Até agora, a Public Health England e a Organização Mundial da Saúde não acrescentaram perda de olfato e paladar às suas listas de sintomas comuns da infecção por COVID-19. Eles dizem que são necessárias mais pesquisas.

O ITV News citou Stephen Powis, diretor médico nacional do NHS Inglaterra, dizendo: "Os dois mais comuns (sintomas) são de longe a tosse e a febre, e é exatamente por isso que são os dois sintomas que estamos pedindo às pessoas para se auto-isolarem. se eles tiverem esses sintomas ".