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Mãe busca filho desaparecido há 16 anos em Franca

Teresa Cristina Fernandes Alves guarda roupas, brinquedos e cartazes da época em que David sumiu, aos 14 anos. Caso tem semelhanças com o vivido por outra família.

Da gaveta de um dos armários, Teresa Cristina Fernandes Alves retira calças, camisetas e um agasalho. Dentro de uma lata, ela guarda bolas de gude e dominós. Os objetos que ela mostra com tanto carinho são do filho David Antunes Alves. Para ela, as roupas e os brinquedos representam muito mais do que a lembrança do menino desaparecido há 16 anos em Franca (SP). São esperança.
 


Teresa Cristina Fernandes Alves mostra foto do filho David Antunes Alves. Ele tinha 14 anos quando sumiu em Franca, SP — Foto: Marcelo Moraes/EPTV
 

“Até hoje o que eu faço é esperar e procurar. O que me move é a esperança de poder encontrar ele”, diz a aposentada.

 

22 de março de 2004

 

David foi visto pela última vez na tarde de 22 de março de 2004, uma segunda-feira. Na época, Teresa trabalhava em uma fábrica de calçados e perguntou pelo menino ao chegar em casa. Uma das irmãs disse que ele tinha ido brincar na rua.

 

Teresa lembra que o tempo passou e o adolescente, então com 14 anos, não voltou para casa. “Às vezes, ele demorava um pouquinho para voltar, mas ele ligava e avisava que estava na casa da minha irmã. Aí eu já comecei a achar que tinha alguma coisa de estranho. Eu comecei a procurar nos colegas, na família, para todo lado.”

 

A família registrou um boletim de ocorrência e começou a fazer buscas por conta própria. Fotos de David foram distribuídas pela cidade em cartazes e panfletos. O desaparecimento foi noticiado por jornais e rádios, mas o menino nunca foi encontrado.

 

Na véspera do sumiço, Teresa e o filho tinham passado parte do domingo na casa da irmã dela. Segundo a aposentada, tudo estava bem e não havia motivo para David deixar a família.

 

“A gente voltou de lá por volta da meia-noite e viemos correndo pela avenida. Ainda entramos fazendo uma bagunça. Meu marido ainda brincou ‘você é pior do que seu filho. Amanhã é segunda-feira, a gente tem que acordar cedo e vocês nessa bagunça’. Nós dois começamos a rir, ele deitou no quarto dele e foi dormir.”


David Antunes Alves tinha 14 anos quando desapareceu em Franca, SP — Foto: Marcelo Moraes/EPTV

 

Paradeiro

 

Durante o período mais intenso de buscas, Teresa e a família se mobilizaram para seguir todas as pistas dadas por desconhecidos na região. A cada sinal, a expectativa do reencontro se renovava, mas os alarmes falsos a deixavam frustrada.

 

“Quando falavam que tinham visto ele, por exemplo, em Patrocínio Paulista, a gente saía daqui cheio de esperança, para encontrar ele. Quando eu vinha de lá, eu já vinha chorando. Sempre era uma esperança de a pessoa estar falando a verdade.”

 

Segundo a aposentada, na época, a investigação afirmou que o menino tinha ido embora por conta própria, algo que ela nunca acreditou que tivesse acontecido.

 

Há um ano, o marido de Teresa morreu por problemas cardíacos. Ela lamenta que o companheiro tenha falecido sem saber o que aconteceu com o filho. “Era tudo que a gente queria: encontrar o filho. É muito triste isso.”

 

‘Eu sinto na pele’

 

O caso de David tem semelhanças com o desaparecimento do estudante Wesley Pires Alves Filho, de 13 anos, também em Franca. A família afirma que o garoto sumiu há um mês, enquanto estava a caminho de um varejão.

 

Desde o dia 28 de agosto, a mãe e o pai do jovem não param de buscá-lo. A Polícia Civil investiga o caso. Depoimentos e imagens de câmeras de segurança têm ajudado a traçar uma provável rota percorrida por Wesley, mas, até o momento, todas as informações recebidas não levaram ao possível paradeiro dele.

 

Teresa compartilha o drama vivido pela mãe de Wesley, mas afirma que ela nunca pode perder a fé e a esperança do reencontro.


Wesley Pires Alves Filho, de 13 anos, desapareceu em Franca, SP — Foto: Arquivo pessoal/Divulgação

 

“É muito difícil o que ela está passando. Eu sei, eu sinto na pele. Eu espero que o caso dela tenha desfecho logo, que não seja o mesmo caso do meu filho. Sinceramente, do fundo do meu coração, eu torço para ela, para que isso se resolva logo. É muito difícil carregar isso por tanto tempo na vida.”

 

Mais de uma década e meia em busca de notícias de David, que hoje tem 30 anos, e ao lado dos outros filhos aos quais ela se apegou ainda mais, a aposentada diz ter a vontade de pelo menos saber o que aconteceu.

 

“Nem que seja a última coisa da minha vida, eu quero saber o que aconteceu com meu filho. A esperança de ver ele voltar é o que me mantém viva. O dia que eu deixar de ter esperança eu já não vou mais ter motivo para lutar.”

Fonte: G1- Ribeirão Preto e Franca

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