A situação dos desabrigados do assentamento Novo Horizonte, que estão vivendo em barracas no Distrito de Bueno de Andrada, desde terça-feira, dia 19, sensibilizou algumas pessoas que se mobilizaram para ajudar os acampados. No local, às margens da estrada que liga Bueno a Matão, cerca de 35 pessoas, inclusive crianças de colo e idosos, passaram a noite de ontem.


Até crianças de colo e idosos passaram a noite em barracas em Bueno de Andrada (Foto: Jeferson Cardoso)

Na manhã de hoje, após a reportagem do Jornal da Morada (AM/FM) mostrar imagens das barracas improvisadas, com crianças dormindo em colchões no chão cobertos com lona, pessoas passaram a doar donativos para distribuir aos desabrigados.

Inês Machado, que mora no Jardim Lupo, em Araraquara, disse que ao saber da situação na manhã de hoje mobilizou as colegas de faculdade para fazer doações. Ela passou a arrecadar donativos e pretende entregar às famílias na tarde de quinta-feira (21). “Fiquei muito sensibilizada quando vi aquelas imagens das crianças deitadas no chão. E não posso deixar de ajudar essas famílias. Quem puder doar leite, bolacha, roupas, fraldas tamanhos M e G, pode entrar comigo”, disse a fotógrafa. O telefone dela é 16.99611.7180.

O jornalista Breno Silvério também iniciou uma campanha na rede social e está arrecadando doações (16.99962.1608).

A Fundação Raphael Montoro também está arrecadando roupas e mantimentos. Doações podem ser entregues na Rádio Morada do Sol, na Av. Bento de Abreu, 889 - Fonte. 

Ordem de despejo

Na manhã de terça-feira (19) cerca de 300 policiais militares cumpriram a ordem judicial de reintegração de posse e despejou mais de 200 pessoas do assentamento Novo Horizonte, entre Araraquara e Matão. As terras pertencem à Fundação Itesp, que alegou que a área ocupada é de preservação ambiental.

Todos os trabalhadores rurais foram obrigados a deixar suas moradias, que foram destruídas. Os desabrigados denunciaram à reportagem que tiveram móveis e até brinquedos das crianças destruídos durante a operação de reintegração de posse. Além das centenas de policiais, a operação contou com vários oficiais de justiça, assistente social, conselheiro tutelar e muitas máquinas e caminhões. A maioria dos assentados conseguiu abrigo na casa de familiares na cidade de Matão.